Ninguém sabe quando, onde ou como
vai acontecer. A única coisa que sabemos é que acontece quando a gente menos
espera.
Um
dia, a gente cresce.
Ok, não acontece em um único dia. É um período longo, extenso e, porque não dizer, doloroso. A gente não cresce quando resolve brincar de ser adulto. A gente cresce quando a tal brincadeira vira coisa séria.
Ok, não acontece em um único dia. É um período longo, extenso e, porque não dizer, doloroso. A gente não cresce quando resolve brincar de ser adulto. A gente cresce quando a tal brincadeira vira coisa séria.
Como
crescer? Não, não é preciso subir em saltos ou pernas de pau, nem mesmo abusar
dos hormônios de crescimento. Não é de altura que estou falando, acredite. É de
uma coisa maior, mais louca e que faz menos – ou nenhum – sentido. É como se fôssemos
esquecidos numa grande selva onde o maior perigo se esconde por trás de certo
inseto... A confusão, aquela que ensurdece nossos ouvidos, que tem o poder de
nos enlouquecer. Inofensiva como o ato de crescer em si. Como já disse,
enlouquecedora.
Dinheiro.
Antes, a gente fazia birra pelo supérfluo. Até o momento em que a gente passa a
dar tudo de si pra ter o básico, o indispensável. E mesmo assim, temos que
lutar contra nossos impulsos. Porque no fundo, é como se nunca crescêssemos.
Apaixonar-se...
Pra quê? Simples: o amor é o brinquedo do momento. Aquele treco que você não
acha em nenhuma loja – e por isso mesmo se torna tão especial... E trabalhoso.
Porque quando dá defeito, não dá pra desligar ou trocar a pilha, nem vem com
garantia ou assistência técnica. A gente não joga o amor no fundo do armário,
nem dá pra uma criança carente. A gente tem que ficar com ele até fim – mesmo não
tendo certeza se o bicho tem mesmo um fim. Mas de qualquer forma, é um
brinquedo viciante; acredite, existem colecionadores. Mas existem aqueles que
nunca se desfazem do primeiro... Talvez porque ainda reste bateria. E num passe
de mágica, tem gente que sabe como recarregar.
Sexo.
Você veio dele. De repente, você o faz. Porque todo mundo faz. Porque todo
mundo diz que é bom. Por que se você não fizer, ora, o que vai dizer pra esse
tal de todo mundo? E se você não tiver vontade de fazer? E se quiser continuar
sendo criança, brincando de amor que não tem mais pilha, tentando fugir dos
insetos enquanto a selva gira ao seu redor? E se, de repente, você sentir
vontade? E se quiser se jogar, se entregar, dane-se o resto, que se danem as
crianças... Opa, cuidado: da mesma forma que você veio dele, outras crianças
como você podem surgir.
Dinheiro.
Amor. Sexo. Amor. Dinheiro. Sexo. Amor. Dinheiro. O bordado da vida adulta e
das responsabilidades. É como dançar um fado louco, como se jogar de um
precipício, como dar ao mundo seu mais corajoso aviso: agora é com você -
ambiguidade. Ganhar dinheiro, firmar-se no amor, compreender seu corpo. Será
possível assinalar tantas coisas de uma vez na sua lista pessoal?
De
qualquer forma, não se esqueça do repelente. O que não quer dizer que você não
será picado.
(Turhan Algan)
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