quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Âncora



Me joguei no mar
Sou mais forte que o ar
Minha jangada é de pedra
Minha tacada é incerta
Minha alma riscou o chão
e separou o sol do céu
Virei peixe-palhaço
que anima festa e fica um bagaço
Deixei de ser cruzeiro
agora sou real
sou barco de pesca
batizado por algum ancestral
Deixei de ser pó de estrela
Agora sou gota d’água
Mato a sede na saliva
e arremesso a cusparada
Meu coração em disparada
pede pra parar
mas nem ouço
Seu moço, eu só sei pensar
Virei anêmona-do-mar. 

 (Ouça Maresia, Adriana Calcanhotto)  

(Tan Lines by Rachel Maves)

Nenhum comentário:

Postar um comentário