domingo, 16 de novembro de 2014

Depois do abismo



A gaveta emperrada
no meu armário
O travesseiro molhado –
lágrimas de dormir
O tempo incerto, estranho
Frio
Faz tanto frio que congelo
faz tanto frio que me arrepio
e faço eco
torturo o ego
sou meu pior inimigo.

Nesses dias de dor
aprendi a aprender
o que não sabem me ensinar
Os dias de glória
são lacunas que preencherei
não quando a dor passar
mas quando doer mais.

Te removi das teias
algumas que você nem teceu
Mas não sei te remover do meu tempo
dos meus lenços,
dos meus lençóis...

Não sei te remover de mim.
Não ainda, mas logo, sim. 

(Ouça Nuvem, Engenheiros do Havaii)

 (Edouard Cortes)

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