Acordar cedo. Fazer aquele
passeio. Ir para aquele lugar lindo, aquela praia, aquela serra, ver aquele
filme que você está se programando há semanas para ver, ou desde que os
estúdios anunciaram as gravações. Fazer aquele churrasco. Reunir aquelas pessoas.
Sentir-se aquela pessoa que você não se sente há anos. Tirar aquelas merecidas
férias em vinte e quatro horas – porque o sábado não conta, o sábado voa antes de
dizer “presente” enquanto a semana ainda está fazendo a chamada. Ler aquele
livro, comer aquela comida, fazer aquilo que você acredita que vai fazer você
se sentir daquele jeito que você ama. Ouvir aquela música. Dançar aquela dança.
Rir daquela velha piada. Contar aquele velho caso. Estrear aquela roupa. Contar
aquela velha mentira – ou inventar aquela boa verdade. Viver aquela vida que
você só pode viver aos domingos.
Acordar
tarde. Ou melhor: não acordar. Dormir durante todo o domingo, mas dormir
daquele jeito. Usar aquele moletom. Explorar o controle remoto daquele jeito
que as pilhas quase pedem para sair. Abraçar aquela almofada – ou aquela
criatura, dependendo da sorte do sujeito. Manter os olhos colados, de preferência. Mandar o relógio ir se danar. Chutar o pau da
barraca. Hibernar. Aquele urso. Aquele cidadão.
O
domingo é mágico. Ofendam a programação da tevê, entediem-se com a suposta
falta do que fazer, pensem que este é um ótimo dia para morrer...
Mas
não reclamem se na segunda-feira o arrependimento bater.
(Ouça Tales from the beach, Incognito)
(Tumblr)
Nenhum comentário:
Postar um comentário