sábado, 20 de dezembro de 2014

Decifrando-te



Se eu contasse nos dedos
teus sorrisos perfeitos
não haveria dedos
a serem contados

Pois teus sorrisos são tortos
desenhados, tremidos
mas tão reais e destemidos
que me fazem amar teus lábios

A teimosia dos nervos
A combinação dos dentes
Não sei se já lhe foi dito
mas ah! – Como teu sorriso é indecente!

Desconheço mundos diferentes
assim como regras, convenções, patentes
Desde que abristes a boca
ah, tu me hipnotizaste;
é como se tirasses a roupa!

Se puder, faça-me um favor:
assassine meus dilemas
Encerre este poema
colando teu sorriso no meu

Me ensina a sorrir também. 

*Este poema foi um dos finalistas do primeiro concurso de poesias da Casa de España, clube importante aqui no Rio de Janeiro. A maior vitória foi subir no palco e conseguir declamá-lo pra uma plateia maravilhosa. Compartilho meu "troféu" com vocês no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=lKSgnCKjY68



(Henri Matisse)

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