sábado, 31 de janeiro de 2015

Tabu



               O nosso corpo virou arma. Homem-bomba explode metrópole e mata dez, mata cem, mata mil. Mulher para o trânsito e alucina motorista, dispara bafômetros entorpecidos de tédio e vontade de se perderem por aí, mas um perdido mais metafórico, menos mal. Capas de revista. A novela das onze – bom, se duvidar até no programa matutino de receitas aparece um lombo, um peito, um peru – não tem pudores. Sexo virou moda. Não, é algo além do sexo: está mais para o poder de ser, de ter, de mostrar. O que acontece depois... Bom, o amanhã a Deus pertence. Irônico isso, não?
               Engraçado como ainda tem gente que gagueja quando fala disso. Pais, mães, avós, ou até mesmo uns jovenzinhos com vergonha de se abrirem dentro de casa – o duplo ou triplo sentido dessa frase não foi intencional. Aliás, que fique claro: nada que sair desta conversa possui duplo sentido. Tudo aqui tem um sentido só: aquele que o ouvinte quiser. O resto é resto, que se dane, falso moralismo, depravação, chame como quiser. Quem aí tem coragem de dizer do que gosta, o que quer fazer? Quem aí sabe do que gosta? Quem aí se atreve a gostar?
               Não há nada de desnecessário ou dispensável quando se fala de sexo – e sobre quando se faz, bom, mais uma vez é com o freguês. Faz parte da vida. Aliás, em algumas situações é a primeira parte da vida. Tabu é coisa de hoje que existe desde ontem, é estranho mesmo, mais estranho que a própria definição. Mas sexo não é tabu. Pode ser doença sim, ora, assim como comida, trabalho, saúde ou qualquer outro assunto que sair na roleta. Um beijo para as freiras e os padres que vivem sem – ok, nem todos, mas tudo bem. Um parabéns bem grande pros que escolheram esperar. A escolha é de vocês. O corpo é de vocês. O julgamento também. E o tapa na cara em forma de textão em rede social... Já está na hora de mudarmos esse tapa na cara metafórico, vocês não acham?
               A tal apelação que salientam por aí é proporcional aos gritos de blasfêmia. O corpo é nosso. O controle remoto também. O livro, o rádio, a tevê. A gente faz tudo isso. A gente faz a gente. E se envergonhar pra que? Certa vez ouvi por aí que a maior vergonha que temos que ter é de andarmos vestidos. Será que foi Nelson Rodrigues? Não sei, confundo autores, pensamentos e devaneios como quem confunde bundas e seios. Mas sabe de uma coisa? Eu bem que concordo com isso. Nascemos livres, meu bem. Sem roupas, cabelos, maquiagem, joias, o que for. Nos mascaramos com a idade, e ao mesmo tempo em que ainda dizemos que somos livres, censuramos a vida com todas as nossas forças. Portanto, seja lá quem for que tenha dito essa frase, concordo plenamente. Mas ainda não conseguiria viver num mundo representado por uma praia de nudismo. Nada contra, só tenho que terminar meu projeto verão, sabe como é.
               “Mas e as nossas crianças! E as músicas que elas ouvem! E as coisas que elas veem por aí!”. Ora, se as crianças têm acesso a tudo, ok, realmente não dá pra restringir. Mas se não tiver o mínimo de orientação – e o que eu chamo de orientação é conversa, acordo, explicação, mesmo que seja difícil, ah, meu filho, na hora de fazer não foi difícil, fala pra mim –realmente é de ter pena.
               E sabe de uma coisa? Há várias outras opções entre o canal religioso e o Sexy Hot. Vai na fé. Veja o que quiser. Ouça o que quiser. Mas não me obrigue a ver e ouvir o mesmo. Se eu quiser, eu ouço, eu vejo.
               Se eu quiser. 

(Ed Fairburn)
(Ouça Protection, EBTG)

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

A graça da coisa



Quando eu saio por aí, imagino minha vida narrada por alguém, como naquele filme “Mais estranho que a ficção” em que um cara como qualquer outro começa a ouvir, da noite pro dia, uma voz feminina narrando seus pensamentos, sentimentos e ideias com uma precisão assustadora. A rotina pode ser do jeito de for, não importa; ao caminhar pela rua ou se perder de vista no tédio dos engarrafamentos, é como se a tal da rotina virasse uma crônica de revista, ou desses livros que só os intelectuais compram porque têm dinheiro e tempo para ler, não é mesmo? “Ela aperta o botão e chama o elevador que, apressado, chega fazendo o estardalhaço de sempre. Ela abre a porta, respira fundo, solicita o térreo e vê a porta se fechar, a caixa começa a descer, tudo começa a deslizar, e tudo que se vê é seu rosto aflito refletido no espelho rezando para que a porta se abra o mais rápido e que o térreo chegue, livrando-a da caixa, da incerteza da prisão, dos quarenta e cinco segundos de isolamento total”.
               Para que as coisas ficam mais bonitas quando são ditas em terceira pessoa. Nem precisam ser ditas: uma foto, por exemplo. Não, a questão é maior do que postar aquela foto bacana nas redes sociais e esperar curtidas, comentários, compartilhamentos e respingos de inveja de todas as partes do mundo. O legal é se imaginar famoso, conhecido, flagrado no dia-a-dia tomando um sorvete, ajeitando o cabelo, falando ao pé do ouvido umas coisas sacanas para aquele cara ou aquela garota, enfim, ser capa de uma revista imaginária, ser manchete da própria vida. A vida cronicada não basta; tem que ter registro, tem que ter sensacionalismo, “ah, eu não falo sobre a minha vida pessoal”. Tão excitante quanto dizer “moço, siga aquele taxi!” e ziguezaguear no melhor estilo James Bond sem nada a perder, bom, com exceção da paz mundial.
               A gente não tem graça, mas quem pensa isso somos nós mesmos. Nós vivemos uma rotina chata, cansativa, deprimente. Às vezes cantamos no chuveiro, às vezes acordamos no meio da noite com medo do escuro, às vezes nos entregamos a alguém que não conhecemos direito, mas que nos desperta algo maior do que nós mesmos. O outro é sempre mais interessante; a grama do vizinho é sempre mais verde. E a graça de viver é dar outras dimensões à própria vida, imaginar outras possibilidades, narrar, alterar, modificar, imaginar-se num videoclipe ou no filme do Woody Allen. Parece que as coisas só têm graça quando saímos de nós mesmos, e pasmem: não é preciso ingerir álcool ou se afundar em piscinas de comprimidos para conseguir tal vitória. Basta ser a terceira pessoa, narrar a própria vida como se fosse outra, ou não, como se fosse a mesma vida de sempre, mas com qualidades, defeitos, tópicos especiais. E de repente somos observados por nós mesmos. De repente, tudo que nos resta é uma estranha autoadmiração gerada justamente no cego desejo de se livrar desse egoísmo diário doentio, em que só as nossas dores servem, só o nosso tempo passa, só as nossas lágrimas pesam. Ao se enxergar como se realmente é mas com olhos aparentemente alheios, a vida ganha um quê de expansão. O outro também ganha a sua devida graça.
               A graça da coisa está no nosso esmalte descascado, no salto que viramos no meio da rua, na música que faz a gente parar o que está fazendo para dançar até os pés pedirem para parar. A graça está em ser o que somos, não importando o que isso significa.
               Ser sua própria estrela. Seu próprio “olho que tudo vê”. Se olhar da raiz dos cabelos à ponta dos pés. Rir de si mesmo. Chorar das próprias mazelas. Divertir-se com a comédia da vida real, que não está de brincadeira.
               E então ela chegou ao térreo. Mas decidiu subir de novo; é que deu vontade de admirar o céu. 

(Ouça Illuminati, Madonna)
(Nina Leen)

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Gargalhar

Ah, eu já me cansei de falar sobre isso. Essa coisa de liberdade de expressão, cada um faz o que quer, livre arbítrio, tudo vale a pena se a alma não é pequena... Ok, essa última frase foi só para não confundirmos todo esse lindo conjunto de ideias de liberdade com libertinagem, e assim não acabar transformando esse texto num enorme bacanal. Quer saber de uma coisa? Acho que esse primeiro parágrafo não ficou dos melhores. Ah, ouçam “Express Yourself” para me perdoarem.
               Semana passada, eu me choquei só um pouquinho, como uma galinha se chocando junto com o ovo – pode ser uma comparação meio bizarra, mas é basicamente isso. Ligada no Globo News, aquele canal cansativo que só, com repórteres mais ansiosos que eu quando acontece alguma coisa que merece uma cobertura de respeito (ou seja, quando dá alguma merda), eu só conseguia pensar na França aterrorizada por uns irmãos que, em pouquíssimas horas, já estavam mortos – ou até menos, creio. O caso encerrou, a França voltou a ser o cenário de um dos meus filmes favoritos (viva Woody Allen), voltou o profiteróles, o merci bocu, a torre Eiffel, a ponte dos cadeados e seus amantes desocupados, a Carla Bruni (eu gosto dela, me julguem), enfim, tudo voltou a ser como era antes. Bom, mais ou menos. A rotina voltou, mas ganhou um “je suis Charles” nos adesivos nos carros, nas faixas, nas redes sociais, principalmente.
               Liberdade de expressão, limites do humor, violência. Linha tênue e irritante, cá entre nós. Cada um diz o que quer com o respeito que lhe cabe, pronto. Quem ouve, responde porque não é nenhum peso de papel, mas mantém a cabeça e as convicções no lugar com o respeito que lhe foi designado – mesmo que o outro dispense esse tal respeito. Nunca vi limite pra humor, até porque se tem coisa mais intelectual no mundo é uma gargalhada. Até quando rimos de uma sessão de cócegas rimos irritados, cacete, vai incomodar outro, e então ficamos nervosos – me traz uma pessoa que goste de ser perturbado com cosquinhas aqui que eu mudo de ideia agora. Nem criança gosta. Ah, vão procurar coisa melhor pra fazer rir.
               Contar piadas é um dom que eu admiro mais do que saber escrever um romance épico, um best seller, uma peça onde até a coxia ganhe os melhores prêmios oferecidos. Quando a gente ri, a gente manifesta admiração, revolta, identificação, reflexão entre tantos outros sentimentos que a madrugada não me permite lembrar. Rimos de nós mesmos. Rimos do que é nosso. Religião, por exemplo: quem inventou isso foi a gente. Quem inventou a bíblia foi a gente – ou vocês acham que Deus, cheio de coisas pra fazer, ia parar pra escrever a bíblia num caderno com capa de couro e jogar, ao relento, pra galera ler e fazer o que bem entender? Quem inventou o sexo fomos nós, assim como o preconceito, a ignorância, a estupidez, aqueles complexos chatinhos de superioridade ou inferioridade, enfim, nós somos o motivo da gargalhada. Nós gargalhamos porque pensamos, e refletimos, e temos câimbras faciais, e temos enxaquecas porque nossos miolos dão um nó. Essa liberdade que temos de rirmos do que quisermos é mais gratificante do que selecionar o que pode ou não ser dito. Não, tudo deve ser dito, até a última letra. Tudo deve ser dito, ouvido, gargalhado, pensado, refletido e, se necessário, modificado. Liberdade de expressão todo mundo tem. Eu choro, eu rio, eu amo, eu odeio, eu sinto e me expresso como bem entender. E se ofendo, peço desculpas, gargalho, reflito, me mostro, vejo o outro lado, meu Deus, não somos primatas.
               Justificativa para a violência não há. Nem ofensa, nem dor de corno, nem mentira, nem trapaça, nem apunhalada metafórica pelas costas. Se não der pra perdoar, tá bom, odeia. Mas matar, meu irmão, dá cadeia. Nossa, parece que esse povo esqueceu o be-a-bá.
               Sabe de uma coisa? A vida é curta demais pra dar explicações. Daqui a pouco amanhece e eu estou aqui, com sono, problemas e tantas coisas mais. E sabe o que eu tenho que fazer antes de dormir? Sorrir. Pelo que passou e pelo que vai vir. Sorrir não, escancarar uma risada estridente e assustadora. Chorar um pouquinho, se precisar. Não tem problema. A vida é curta, mas é mais simples do que a gente pensa. Não é um teorema de Pitágoras.
               Se bem que o teorema de Pitágoras é fácil. 

(Ouça Express yourself, Madonna)

(Clarissa Gonzalez)

sábado, 10 de janeiro de 2015

Ensaiando opiniões: "O irmão alemão", Chico Buarque



               Sempre me encantei com a simplicidade da capa de “Leite derramado” – era o tipo de livro que me fazia parar em frente à vitrine da livraria só pra dar uma velha e boa admirada, o que me fez criar uma espécie de relação com ele. E quando criei coragem (ou simplesmente tomei vergonha na cara) e resolvi mergulhar em suas páginas, acabei aprofundando meus laços e conhecendo uma história que, de longe, tem tudo para ganhar uma estrelinha de “normal”, mas que é tão bem conduzida pela narrativa do Chico que faz o leitor se entregar de vez às palavras. Depois, veio “Budapeste” – livro que li em dois deliciosos dias, logo eu, que levo mais de uma semana para terminar minhas leituras. Acho que eu nunca me joguei tanto numa história como a desse livro. Um dos melhores livros que já li em toda vida.
               Há pouco tempo, Chico lançou “O irmão alemão”. A simplicidade das capas foi mantida, para minha alegria. E a história... Uau. Acabei descobrindo que a narrativa do autor não muda de história em história, aliás, é como se a mesma estratégia fosse repetida em todos os seus livros: um tema tido como regular sempre narrado por um personagem único, que observa a vida da forma mais aberta que há, quase com um quê de epifania. Mesmo que tenham nomes diferentes, os protagonistas – bom, acho que “narradores” é melhor – parecem ser basicamente o mesmo, principalmente pela forma como se entregam às dores e delícias da história que contam.
               Chico Buarque realmente descobriu um meio-irmão alemão que, se fosse vivo, teria lá seus noventa anos. O autor se aprofundou numa pesquisa elaborada sobre este mero desconhecido que, no livro, acaba se tornando a fonte de todo interesse que mantém Ciccio, o protagonista, vivo. Buarque foi à Alemanha com sua filha, Sílvia, em busca de informações do paradeiro do irmão – e não me peçam para revelar detalhes tão bem expostos no livro. Apesar de ser a faísca que provoca o incêndio da história, a descoberta desse irmão não é o único acontecimento que costura a trama: há também um Brasil vítima do golpe militar como cenário, um clima de guerra que tira de Ciccio seu irmão brasileiro. Há também a literatura, a única ponte (mesmo que imaginária) entre o personagem e seu pai, um aficionado por todo tipo de livro. Imaginar uma casa feita de prateleiras entupidas de obras é um deleite para o leitor. Aliás, isso me fez lembrar que não é a primeira vez em que a literatura é personagem num livro do Chico: em “Budapeste”, o protagonista é um ghost writer.
               Como disse, todas as obras do autor são unidas por características inconfundíveis. Mas não pense, caro leitor, que se você ler um livro você já leu todos. Ao ler um único livro escrito pelo Chico, é como ouvir uma de suas canções: você já quer ouvir outra em seguida. Um vício delicioso.
               Não sei se Sergio de Hollander, o pai do protagonista de “O irmão alemão”, um verdadeiro louco por livros, iria gostar desse romance. Provavelmente não. Mas com o tempo aprendemos que a literatura não é feita de clássicos, mas de histórias. Simplesmente histórias. E essas tais histórias só são realmente boas quando são bem contadas. Portanto, seu Sergio, ainda há muito o que aprender.
               Mas uma certeza eu tenho: vivo ou morto, aposto que esse Buarque das Alemanhas da vida deve estar entorpecido com esse romance. 


sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Primeiridões



               Quem diria: há magia nas primeiridões.
               O primeiro sorvete. Esse é um momento único, porém esquecível. Mas é graças ao primeiro que surgem as casquinhas, os sundaes, os milk shakes, os potes de dois litros em plena madrugada. A primeira nota vermelha, o primeiro castigo, a primeira pirraça. A primeira taça de vinho, bom, há quem diga ser inesquecível – pelo visto esse sujeito já passou pelo primeiro porre há tempos. O primeiro amor é coisa pra levar pra vida inteira – sim, todo amor a gente leva pra vida inteira, mas o primeiro, meu caro, é diferente, tem um frescor de quem não se arrepende dos erros que comete, das loucuras, das paranoias, enfim, do primeiro contato com o sentimento mais tosco e ao mesmo tempo mais irresistível do universo. A primeira dor de amor também, ah, essa a gente não esquece nem por um decreto. Dói mais que o primeiro porre, que a primeira ressaca, que a primeira chinelada. Dói mais do que todas as ressacas e chineladas juntas. Vai entender.
               A primeira ida à praia – às vezes, quando somos bebês; às vezes, depois de já termos feito bebês. Pisar na areia, ser levemente agredido pelas ondas, se deixar levar pela brisa, se enterrar, se queimar com águas-vivas, caçar tatuí na beirinha do mar, contar barquinhos, tentar enxergar além da linha azul que define o horizonte, se melar com picolé e com protetor solar, perder os olhos na claridade do sol e no céu de guarda-sóis, aprender a viver cada verão como se fosse o último. A primeira canção que ouvimos. As primeiras batidas, os primeiros passos descompromissados na pista, os primeiros acordes, os infinitos minutos de vibrações intensas e alucinantes. O primeiro beijo, ai que bom que isso é, meu Deus, o primeiro arrepio que nos dá. A língua que brinca na boca; primeiro é estranho, mas depois é tão gostoso que dá vontade de ficar ali pra sempre, pra todo o sempre, até não haver mais uma gota de saliva dentro da boca, até os lábios se enroscarem de um jeito que não dá pra desenroscar. A primeira noite em que não se dorme, porque outras coisas são descobertas; o corpo, a alma, a estranha sensação de ser do outro e de si mesmo ao mesmo tempo, ô loucura boa. A primeira perda, o primeiro ganho, o primeiro tombo (andando de bicicleta, pra especificar bem), o primeiro passo, a primeira hora, a primeira lágrima sem ser de manha, a primeira gargalhada, o primeiro copo d’água, a primeira gota, a primeira vez.
               Engraçado essa coisa de poder recomeçar todo dia, toda hora, quando a gente bem quiser, bem entender. Todo dia é o primeiro dia, e todo tempo é tempo de viver e reviver as nossas primeiras vezes. Andar pelos mesmos lugares, com os mesmos passos tortos, matando alguns leões, algumas dúvidas, alguns mosquitos... Mas nunca se esquecer de que a vida é feita de começos.
               Quem diria: sempre haverá magia nas primeiridões. 

(Ouça When the sun comes down, Incognito) 

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