Na janela, tudo em paz.
No
horizonte, tudo perto, tudo longe. Ao alcance da alma. Indisponível à vista.
Tateável... Só se for em sonho.
No
porta-retratos, tudo em estado de graça, com sorrisos agraciados em momentos
terrivelmente adjetivados.
No
céu, um punhado de histórias que podiam ser suas encarnam pássaros e se
misturam com gaivotas e urubus. Histórias de cintos apertados. Histórias com as
asas cortadas.
No
telefone, uma voz rouca e perdida. O medo da despedida – isso antes do “olá”.
Medo até de falar. Desliga você... Com prazer. Chamada perdida.
Na
xícara, um café frio, intragável. O vazio em gotas. Conta-gotas. Não dá pra
entender.
Nas
revistas, casas bonitas e arrumadas, bem decoradas, de portas abertas. Casas de
bonecas. Capas com bonecas. Maquiagem. Perfeição. Decepção.
Nos
livros, esquisitices para entreter a mente. Coisas que ninguém entende, nem
mesmo quem escreveu. Falsas descrições. Ilusões. Besteiras.
Na
tela, mensagens antigas. Idiotices. Gritos do nada. Gritos por nada. Suicídio
coletivo.
Na
cabeça, bagunça. Quadros mal pendurados. Poltronas tortas. Farelos. Dúvidas.
Não merece descrição ou comentários... Só um punhado de vento pra refrescar as
ideias, pra expulsar a poeira, pra botar tudo no lugar.
Ou
tirar.
(Ouça A beautiful mess, Jason Mraz)
(Eugenia Loli)
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