quarta-feira, 8 de junho de 2016

Alameda 1

Haja memória pra lembrar de tudo
Isso
Haja doença pra esquecer de tudo
Isso.
*
O céu,
na mais perfeita sintonia com o tempo,
fazendo todos os assuntos do momento se resumirem
a pétalas largadas no chão.

Os pássaros,
numa orquestra de passos bem sincronizados
pelos transeuntes
repousam sua calmaria nas folhas
agitadas pelo vento,
e tudo vira primavera,
e tudo dança:
as cores,
as penas,
as pernas,
as dores.
Tudo diminui
conforme a brisa aumenta.
Tudo silencia
conforme a brisa grita.

Inclusive este poema.

(Ouça Outono, Djavan)

(Nathalie Gonçalves)

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