Lá
vem mais um domingo de fevereiro com tapete vermelho, vestido “excêntrico” e
discurso emocionado - não posso me esquecer dos comentários dispensáveis dos
jornalistas de plantão e da tradução irritante que faz a gente querer se enfiar
no primeiro cursinho de inglês que aparecer. Os melhores filmes (não sei pra
quem) serão premiados, assim como atores, atrizes, parará, piriri, pororó, pão
duro, CADÊ O OSCAR DE CENTRAL DO BRASIL QUE TAVA AQUI?
Não,
não pretendo falar sobre todos os filmes indicados ao Oscar esse ano – mesmo
depois da minimaratona que fiz esse ano, não sou capaz de tamanha tortura. Mas sim,
tenho meus favoritos (apesar de estarem longe de serem os melhores filmes do
mundo). Boyhood, por exemplo, tem um conceito muito interessante, e seus atores
coadjuvantes brilham demais; ok, é legal, é lindo, adorei, mas não veria de
novo, desculpa. O Grande Hotel Budapeste é outro que tem tudo pra ganhar,
inclusive o nosso amigo Voldemort fazendo um maravilhoso comedor de velhinhas.
Meio cansativo, eu achei... Mas tem um roteiro bacaninha. E o que dizer de Para
Sempre Alice, que pode premiar a Ju Moore, mais conhecida como a protagonista
do meu filme favorito (falarei sobre ele daqui a pouco)? Triste, muito triste.
Não gosto de filme que me faz chorar. Bem como Livre (ou Wild, título
original), com a Legalmente Loira dando um show de interpretação. Mas também me
fez chorar... Faz isso comigo não.
A
verdade é que o Oscar se tornou uma forma meio tosca de premiar filmes através
de aspectos técnicos que ninguém nunca será capaz de compreender – nem mesmo
Rubens Ewald Filho. Por isso, criei meu próprio Oscar baseado nos filmes que
amo, e avisa pro DiCaprio que aqui tem mais de um vencedor!
Uma
pena eu não ter gostado de nenhum filme com o DiCaprio até aqui. NEM MESMO
TITANIC.
Bom,
vamos lá.
Começo
citando meu primeiro filme favorito – aquele protagonizado pela Moore. Eu
assistia Nove Meses quando ainda era uma pirralha que brincava de falar sozinha
e dava boa noite pra foto do Gianechini na minha cabeceira. Mas gente, tem como
não gostar de um filme com o Hugh Grant fazendo papel de idiota (porém lindo)?
Aliás, anota aí: minha queda por homens com cara de bobo/idiota/não faz nada é
culpa do Hugh Grant. Anotou? Ótimo. Inclusive, vale ressaltar que a única
probabilidade de eu querer ser mãe é chegar ao trinta e, numa tarde
descontraída e sem nada pra fazer, assistir esse filme. E voltando a citar o Hugh, anote Quatro Casamentos E Um Funeral também. Ô filme perfeito!
10
Coisas Que Eu Odeio Em Você – já deu pra ver que sou fã de clássicos da sessão
da tarde, menos Clube dos Cinco que ninguém merece esse filme insuportável.
Heath Ledger, eu gostaria de te dizer que você é lindo demais, e eu fico muito puta quando me lembro que você morreu. Com certeza a melhor versão para um clássico de
Shakespeare – claro, depois da minha representação de Macbeth na faculdade.
De
Volta Para O Futuro é o tipo de filme que eu posso ver um milhão de vezes
seguidas que nunca, nunca enjoarei. Primeiro que a cena do McFly tocando aquela
guitarra no primeiro filme é uma das coisas mais vivas e incríveis que já vi em
um filme. E como não amar uma história tão bem bolada com Huey Lewis and the
News na trilha sonora? A trilogia mais maravilhosa da face da Terra!
Um
Morto Muito Louco – todas as reverências ao filme mais engraçado, divertido e
~você não pode perder as loucuras dessa galera atrapalhada~ ever. Quem não
queria ser o Bernie que, mesmo morto, se diverte mais do que muita gente em
vida (em todos os sentidos)? E aquela macumbinha que ressuscitou o sujeito?
Gente, desculpa, mas quem é o Oscar na fila do pão, certo?
Ah,
para não dizer que não gosto de filmes românticos, jogue aí Meia-Noite Em
Paris. Woody Allen não é bobo, meus amigos. Tem outro dele que eu amo de
paixão: Blue Jasmine. Mas esse ganhou o Oscar, não vale.
Mamãe
É De Morte o filme mais delicioso que já vi. Eu daria todos os louros para a Kathleen Turner. Ter uma mãe como essa é um sonho! Ou um pesadelo? Eu
não sei, mas desde que vi esse filme, passei a separar o meu lixo morrendo de
medo de ser esfaqueada por aí – mentira.
Ah, e pra terminar (apesar de ter
muitos outros filmes na minha lista), fico com um cláaaaassico dos anos 2000 e
da geração I Believe I Can Fly: se você pensou em Top Gun, peeeeeeeem. Amo Tom
Cruise e amo Missão Impossível, mas estou falando de O Fabuloso Destino de
Amélie Poulain, a francesinha mais linda do mundo – e que num outro filme resolveu
me homenagear e fazer uma Nathalie. Amélie Poulain é a musa da generosidade, do
amor e da justiça. Uma heroína que tinha tudo pra ser chata, mas é tão
encantadora com aquela valsinha ao fundo que eu até faço “owwwww”.
Bom, já ia me esquecendo do meu
filme de terror favorito, aquele que só de pensar eu me arrepio toda. Polthergeist,
meus amigos. Precisa dizer mais alguma coisa? Portanto, termino essa conversa
colocando minha televisão pra fora do quarto.
Não são os trezentos prêmios que
importam, nem mesmo a interpretação brilhante, a quantidade de aplausos do
bonequinho ou a habitual rasgação de seda do The New York Times. O que importa
é se ficou na memória de quem viu, se provocou alegria, tristeza, reflexão,
enfim, qualquer coisa que não seja raiva pelo tempo perdido.
And the Oscar goes to... Ah, pra
qualquer um, que se dane.
Menos pro DiCaprio. Hehe.
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