quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Ensaiando opiniões #1: "A estrada da noite", Joe Hill



               Já que dar opinião tá na moda (ainda bem), resolvi dar a minha também. Não sobre política; sempre gostei desse assunto, mas se apreciássemos com maior moderação, eu não estaria tão cansada de ouvir falar sobre isso – quantas opiniões eu já dei ao longo desse parágrafo? Duas? Três? Já perdi a conta. Isso que é bom em ter blog pessoal.
               Eu pensei em falar sobre música, mas é que as músicas que eu ouço, bom, poucas pessoas ouvem. Não que sejam ruins. Também não se trata de um estilo alternativo – pra mim, chamar alguém de alternativo é o mesmo que chamar um gordo de fofinho. Simplesmente eu sou a única pessoa entre as que conheço que gosta das músicas que ouço. Se é que eu realmente me conheço.
               Então decidi falar sobre livros, e se você não lê os que eu leio... Como eu já disse, esse é blog pessoal. E essa é uma conversa ensaiada. Portanto, nunca existiu. ;)
               Ainda não terminei de ler o livro que será o tema dessa suposta conversa. Ah, sim, o fim me interessa muito. Mas aconteça o que acontecer, eu não me decepcionarei: a história é tão boa que compensa todos os outros elementos que possam vir a derrubá-la.
               Antes dele, eu havia começado “O pacto Cassandra”, de Robert Ludlum. Baixei por baixar, li por ler, e o começo parecia bem legal... Até chegar a hora em que eu tinha que fazer uma lista com os nomes dos personagens e o que cada um fazia na história. Acho que não cheguei à metade.
             Aí comecei “A estrada da noite”, Joe Hill. Eu gosto de ler títulos que nunca ouvi antes, essa coisa do desconhecido me fascina. E sempre tive grande curiosidade em ler histórias de terror – aprendi a gostar de filmes do gênero. De repente, eu estava lendo um terror de verdade. Desses que você precisa imaginar a história, o susto, o medo. Não está pronto para você embarcar; você precisa criar cenários, rostos, vozes, ações, reações, tudo isso seguindo linha por linha, sem parar. Ah, sim, o susto é muito maior quando você está numa sala de cinema e vê um monstro, espírito, sei lá o que se manifestar. Mas quando você lê acaba entrando na história. E quando entra na história, o susto não é o problema, é só mais uma reação do personagem Você (isso me lembra “Se um viajante numa noite de inverno”, depois falo sobre ele). O problema é que você não quer sair da história.
             Um roqueiro cinquentão (primeiro eu imaginei o Ozzy, mas depois pensei bem e... Não, tem que ser alguém mais bonito, vamos lá, um John Cusack? A imaginação é minha, com licença), rico, reservado e viciado em objetos “macabros” se vê numa enrascada quando compra um terno amaldiçoado. Se essa descrição ficou muito “sessão da tarde”, mil perdões. Judy pensa que o terno é só mais um objeto para sua coleção de coisas assustadoras. Até descobrir que a peça pertencia ao padrasto de uma ex-namorada que se suicidou após o término do namoro. Detalhe: o sujeito morreu. O resto você já pode imaginar.
              As frustrações do protagonista, seus problemas de relacionamento, sua história com Geórgia, aparentemente mais uma de suas namoradas góticas que acaba compartilhando muito mais que a cama com o músico... Os personagens são apaixonantes. A história, meio batida para alguns, às vezes é coadjuvante perto da riqueza de Judy, Geórgia, Flórida, o fantasma do padrasto... Até os cachorros do roqueiro envolvem o leitor. Como já disse, ainda não acabei de ler. E não sei se quero que acabe. Por mim, essa estrada seria infinita, mas o futuro da história depende do leitor.
               Para quem não sabe, Joe Hill é filho de Stephen King – aí você percebe que a coisa vem de berço. O livro foi lançado aqui no Brasil em 2007 pela Arqueiro. E não, eu não comprei. Baixei de graça, não nego. Compro quando tiver dinheiro e uma biblioteca cheia de estantes para guardar.
               Ah, e não darei estrelas, pois não sou professora. Nem ginasta.
               Nem engraçada. 

(Ouça The Jack, ACDC)


 (Judas Coyne, segundo o Google)

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